quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Setembro

soltos os gestos nada dizem;
nada sonham;
nada confluem.
 
Soltas  as mãos tangem o vazio;
não criam, tao pouco recriam o neologismo
soltas o balé insano das mãos;
não geram tropicalismo.
 
Soltos os lábios ressecam;
e as rachaduras produzidas pelo frio;
estraçalham e dissecam;
oque juntos parece ser unido por frágil fio
 
Juntos os corpos falam mudamente;
uma linguagem de abraços e repentes;
e se entrelaçam ferozmente, como serpentes.
 
Juntos, boca;
nuca;
pelos;
seios;
peito;
cabelos;
tremulam e revelam segredos;
na noite cálida e gélida relaxo e desejo.
 
Juntos...
Juntos unem- se lágrimas e suor;
doce;salgado,amargo, tornam-se um gosto só;
e desejo por fim sorver a vida em um gole só.
 
Juntos, busco no intagível universo dos versos;
um fim sem começo;
não sei limiar onde inicio;
e onde me esqueço e me perco;
não há percepção plausível;
quando solto me perco;
quando juntos vivo e sinto medo.